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Como eu vim parar na Argentina no finalzinho de 2023?
Atualizado em

Loucura ou aproveitar as oportunidades?
R$206 por uma passagem de avião do RJ a Buenos Aires não era uma oportunidade imperdível?
Acho que seria loucura não aproveitar, tendo em vista que esse era um roteiro futuro!
Mesmo que eu tivesse meio “quebrada” $ por conta da mudança de Ilhéus.
Se você está chegando agora, recomendo que me conheça um pouco antes em “Prazer, emocionanda!”
Agora preciso dizer que passei os três últimos anos morando na Bahia. Itacaré foi minha casa por um ano.
Você vai entender melhor esse processo ao longo do tempo aqui comigo e também quando eu lançar o livro “A doida que caiu no mundo“, que será publicado em 2024.
Depois me mudei para Ilhéus, cidade linda no Litoral Sul da Bahia, onde vivi por dois intensos anos!
Então, quando todos menos esperavam, decidi que era hora de voltar à São Paulo por um tempo para depois seguir novos rumos!


Minha saída de Ilhéus foi repentina para todos, inclusive pra mim!
Afinal, eu estava lá há 2 anos e imaginava que ficaria muito mais!
Mas a vida nunca é como imaginamos!
Essa história conto em outra hora aqui também! (ative as notificações para não perder nada!)
Vale muito a pena a leitura dessa história. Vou postar futuramente, mas prepare seu coração porque é uma leitura meditativa que vai te revirar o estômago e fazer viajar nas emoções.
Então, eu estava em São Paulo, na casa da minha mãe e do meu pai junto com meus cachorros.
Não tinha mais uma casa pra chamar de “minha” e nem mesmo a vontade de encontrar um novo lugar para morar...
Minhas coisas estavam parte vendidas e outra parte na casa de um amigo em Ilhéus, já que a venda tinha dado muito errado.
Tinha um pouco de mim em cada canto que vivi!
Antes de sair de Ilhéus, na verdade, quando voltei da Europa, senti que era hora de começar a planejar minha viagem pela América Latina, conhecendo tudo o que pudesse!
Olha, às vezes escrevo sobre essas coisas e me estranho, sabia?
- Como foi mesmo que eu cheguei até aqui?
- Como estou escrevendo desses lugares tão distantes de onde eu vim?
- Como pode eu não me reconhecer mais em um único lugar, mas em vários deles?
- Como agora vejo que a minha comunidade e família são maiores do que eu imaginava?
- Como posso ser tão sozinha e tão acompanhada ao mesmo tempo?
- Como me tornei essa pessoa que ama tanta gente, mas ainda assim segue seu caminho?
Bom, aí sigo caminhando, às vezes um pouco mais devagar para tentar digerir essas perguntas ao lembrar do caminho que percorri para chegar aqui, ao lugar estranho no qual estou me questionando.
Senti meu coração me convidando a dar passos para os quais eu não me sentia preparada!


A verdade é que eu sempre fico insegura e cheia de medos antes de viajar!
Vocês me veem rodando o mundo, mas não imaginam quantos sentimentos e dramas existenciais me atravessam antes de cada uma dessas viagens!
Muitas pessoas me escrevem dizendo o quanto admiram a minha coragem, mas sempre penso que elas não imaginam que coragem não é ausência de medo!
Coragem, pra mim, é enfrentar os medos de cabeça erguida, peito estufado e olhos atentos porque estou conectada ao meu coração.
Nanda Alcantâra – emocionanda
Eu planejava começar esse roteiro por Buenos Aires, mas em algum momento de 2024, momento em que eu não pudesse mais procrastinar, porque sim: procrastinar esse projeto estava nos meus planos!


Então, lá estava eu, prestes a completar 38 anos e sem planos de festas, de viagens e recalculando a rota novamente sem saber muito bem o que fazer.
Na verdade, meu coração já havia me dito o que deveria ser feito, mas a minha mente me contava histórias absurdas de um futuro catastrófico que estava sendo criado por ela mesma! Era apavorante!
Sério mesmo!
Todo aqueles caos e sofrimento estavam sendo criados pela minha mente que me mostrava com tantos detalhes sórdidos como o futuro iria me esmagar!
Era tão forte que eu sentia meu corpo reagindo a tudo tão intensamente em músculos, nervos e hormônios, que eu me sentia como se estivesse num daqueles cinemas 5D que tem nos corredores dos shoppings.
Mas, em seu ritmo lento e descompassado, meu coração ia batendo suave, relembrando do caminho que tínhamos que seguir.


Nessa batalha entre razão e emoção, eu me via como em um daqueles memes de gente se afogando e se salvando com alguma coisa meio óbvia que estava ali na sua frente e fazendo todo mundo rir com o celular na mão porque já fizemos isso tantas vezes!
Quem nunca? Eu já fiz diversas vezes!
Uma foi até real, não só simbólica!


Eu estava viajando sozinha e ganhei um passeio de escuna em Paraty/RJ (tem essa história no livro).
Mesmo com muito medo, desci em uma ilha!
Enfrentei meu medo e fui sem colete!
Em certo momento me senti assustada, olhei ao meu redor e nada, além de água, nada poderia ser tocado pelas minhas mãos, tirando de mim toda a minha segurança, então, comecei a me “afogar”!
Um menino, de uns 9 anos, que estava perto de mim simplesmente me olhou e se levantou!
Só vi aquele menino crescendo, crescendo enquanto eu ali, lutando pela vida contra a morte até perceber que o simples gesto de ficar em pé daquele menino, olhando nos meus olhos, que durou milésimos de segundos, me ensinou muito sobre mim!
Um menino, aleatório, que hoje já deve estar na faculdade, me lembrou que às vezes, quando vejo as coisas fugirem daquilo que acredito ser “o meu controle”, esqueço de pensar o básico: tentar ficar em pé, ver até aonde meus pés alcançam!
A compra de passagem:


Então, acabou a sessão de cinema 5D, apenas na minha mente porque meu corpo ainda iria levar muito tempo para se recuperar de tanto estresse!
Voltei a minha atenção novamente para o que eu precisava resolver aquela hora:
“Aproveito ou não essa mega promoção de passagem de RJ X BsAs para ir em menos de um mês ou fico aqui e continuo esperando o ano acabar para começar a planejar o que pede meu coração?
Nanda Alcântara – emocionanda
Antes que me desse conta, eu já tinha usado meus créditos da Gol do voo que cancelei de Ilhéus para São Paulo porque tive que ir de ônibus clandestino com os cachorros (essa história vale a pena conferir!).
Lá se foram os R$206,00 (equivalente a $40 na época) dos meus créditos!
Um valor absurdo de barato!
Se esse não era um sinal do universo para que eu parasse de procrastinar e seguisse logo o meu caminho, não sei o que é!
Agora eu estava comprometida com os planos futuros em um tempo bem menor do que eu estava planejando!
Em algumas semanas eu tinha que estar em outro país!


Olhei pra minha mãe, naquele fim de noite de domingo, e sorri de um jeito que eu não sorria há tempos diante de tantas mudanças de planos, de vida e tensões com o futuro:
– Comprei uma passagem para ir a Buenos Aires!
-Não acredito!!! – exclamou minha mãe com alegria e um olhar de decepção por me ver pegar a mochila outra vez!
– R$200 reais!!! – rebati extasiada como que paralisada por tantas emoções que me bombardeavam naquele momento!
– Verdade! Quando você vai?
– 04 de novembro! – respondi fazendo as contas e me dando conta de que não faltava nem 1 mês!


Passei um tempo em choque!
Queria contar pra todo mundo, mas ao pensar em quanto tempo eu iria levar para explicar tudo isso, eu sentia preguiça!
Então, guardei pra mim a alegria imensa pela viagem próxima, assim como os medos diversos e tudo o que essa viagem significava pra mim!
A angústia por renunciar, outra vez, a vida que esperavam de mim naquele momento e um pouco de orgulho por me escolher novamente!
Este último quase não aparecia, só dava sinais quando todos os outros estavam ganhando a peleja contra mim!
Aí ele vinha majestoso, me olhava nos olhos e depois sumia!
Era isso que eu sentia na época (1 mês atrás).
Hoje, escrevendo isso, acabei de me dar conta que vejo coisas que eu não via antes!
Eu achava que esse sentimento era pequeno e fraco porque eu via muito mais as outras emoções.
Mas ele estava lá, lutando bravamente para que eu pudesse ter forças de enfrentar tantos medos e culpas que seriam minha ruína!
Era ele, o MEU ORGULHO PRÓPRIO!
Eu que achava que o forte é o que mais aparece enquanto essa batalha dentro da gente, mas o mais forte mesmo é o que suporta tudo o que vem contra a nossa ideia de quem somos e, ainda assim, sustenta os efeitos disso no corpo e na alma e segue em frente o caminho que o universo traçou para nós!
Nanda Alcântara – emocionanda – Mendoza 12/23


Então, assim comecei a me preparar, passo a passo, em pouco tempo, de como chegar na capital portenha e me dar condições de estar ali por tempo suficiente para descobrir o que fazer, pra onde ir e como voltar, já que não tinha passagem de volta!
Mal sabia eu que essa viagem ia me trazer a percepção de que em meio a toda a turbulência do mar em que eu estava imersa, é possível escolher caminhos diferentes do “se afogar”, como quando abraço os meus medos, não minha “loucura”. Sempre posso conseguir me levantar e seguir para a praia.
Assim como também percebi que posso apenas controlar a minha respiração quando nada mais está ao “controle possível das minhas mãos”.
É este momento de vida que estou agora! Estou respirando e voltando para o barco!
Entendi um pouco mais que eu não posso controlar as coisas ao meu redor, ou mesmo o medo que elas despertam em mim.
Mas se eu apenas controlar a minha respiração, o movimento do meu corpo e meu olhar na direção de onde eu quero ir, consigo chegar a um lugar seguro que eu nem tinha visto antes em meio a toda a minha agitação no mar.


Muitas vezes achamos que o mar está agitado, mas somos nós que estamos!
Pode ser apenas você achando que vai se afogar, mesmo que a profundidade seja maior do que a da situação que vivi, sem olhar as possibilidades de aproveitar (diferente do que você havia planejado, claro!)
Ainda assim, você ainda pode controlar a sua respiração, relaxar o seu corpo e olhar com calma em quais passos vai dar.
Ainda que o mar esteja agitado, respirando profundamente, você consegue entender como “fluir com o mar”.
Então, com uma passagem em promoção e uma dose alta de loucura, escrevo aqui de Mendoza/AR na primeira semana de dezembro de 2023!
Você faria isso?
Me conte nos comentários se aproveitaria a passagem ou se perderia a oportunidade.
Leia também “Prazer, emocionanda” para me conhecer um pouco melhor!


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2 respostas para “Como eu vim parar na Argentina no finalzinho de 2023?”
Andar sobre as águas não é pra qualquer um, é preciso ousar, confiar em si mesmo.Muitos afundam devido a regras que o sistema impõe,segurança rouba nos a vida em suaves prestações. Admiro sua coragem e missão, você é como um Jesus na versão feminina do século 21, será compreendida por poucos mas,é daí?
hehehehehe… obrigada! Seja sempre bem vindo!
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